7 Montes - Lideres Transformacionais - Parte 2
A segunda Características de Líderes Transformacionais.
Incumbência
A própria palavra “santificado”, significa posto a parte. Aqueles a quem Deus usa grandemente são, em geral postos à parte, separados para um propósito específico. Este é um conceito importante porque freqüentemente quando lemos as vidas dos heróis na Bíblia, cometemos o erro de pensar que estamos diante das proezas de homens que fizeram coisas espantosas para Deus. Na realidade o que encontramos é um Deus fantástico que se deleita em convidar pessoas consagradas a juntar-se a Ele naquilo que Ele está prestes a fazer. Refletindo assim, você observa como o dramático chamado de Moisés na sarça ardente tinha menos a ver com o destino pessoal de Moisés e mais com a atividade celestial naquele momento, pois Deus lhe diz: “Com efeito tenho visto a aflição do meu povo...e tenho ouvido o seu clamor... E Eu desci para os livrar...” (Êxodos 3:7-8) Moisés já havia tentado antes livrar os judeus e falhara miseravelmente na sua missão. Agora era Deus quem o estava convocando e a liberação resultante transformaria a história.
Porque Moisés não podia realizar isso antes? Em uma palavra, devido ao “timing”. No tempo correto, Moises foi convocado a cumprir uma promessa profética feita previamente a Abraão em Gênesis 15:13, “Então disse o Senhor a Abraão: ‘Sabe com certeza que a tua descendência será peregrina em terra alheia e será reduzida a escravidão e afligida por quatrocentos anos’.” Depois de quatrocentos anos de cativeiro Deus se moveu e convidou Moisés a juntar-se a Ele. Se Moisés não tivesse atendido ao chamado, Deus teria trazido a libertação através de outro.
O que aconteceu com a geração que se seguiu a Moisés? O que nós podemos aprender acerca das incumbências divinas através da vida de Josué, o seu jovem aliado? O título do livro na Bíblia pode ser
“Josué”, mas na verdade ele consiste no relato da atividade de Deus, quem ordenou ao jovem dizendo, “Moisés é morto; levanta-te pois tu agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, para a terra que Eu dou aos filhos de Israel.” (Josué 1:2). Caso Josué não fosse obediente atendendo a convocação para participar da atividade divina naquele momento específico da história, estaríamos lendo agora um livro com outro título, provavelmente “Caleb”. Outra vez o ‘‘timing’’ é estabelecido como num relógio despertador. A grande travessia de Israel estava marcada para ocorrer exatamente 40 anos depois do fracasso inicial em obedecer ao chamado de cruzar o Jordão para conquistar as cidades inimigas. Josué 5:6 diz: “Pois quarenta anos andaram os de Israel pelo deserto até todos os homens de guerra que saíram do Egito terem acabado, isto porque não obedeceram a voz do Senhor.”
Deus moldou ambos Moisés e Josué para um destino específico, ainda assim eles não seriam capazes de o cumprir até que Deus os convidasse a participar. Em ambos os casos, Deus tinha um tempo específico. Se nos focalizarmos demais no plano individual, deixamos escapar a percepção de como Deus é quem dá inicio aos grandes avanços de sua causa na Terra. Nos primeiros estágios de um alto chamado não nos cabe criar um grande destino, mas sim descobrir qual é o convite que Deus está nos fazendo para nos juntarmos a Ele, no que Ele está a ponto de fazer.
Nos tempos bíblicos, os mais significativos acontecimentos históricos ocorreram nos tempos e ciclos estabelecidos da história. Deus trabalha de acordo com um calendário celestial de tempos e estações. Moisés foi chamado exatamente 400 anos depois do cativeiro. Josué atravessou para Canaã 40 anos depois do fracasso da primeira geração. Saul reinou exatamente 40 anos. Davi igualmente reinou por 40 anos. Salomão reinou 40 anos também. Deus tem um plano estratégico e nos guia no tempo correto assinalado.
O que dizer de Neemias, o grande copeiro transformado em governador de Israel? O que contribuiu para que ele emergisse na história bíblica? Ele foi levantado exatamente no tempo profetizado por Daniel, prevendo quando a muralha de Jerusalém seria reconstruída. Não fora pelo desejo divino de construir uma muralha, ninguém falaria de Neemias. Se Daniel não tivesse profetizado detalhadamente o evento, não saberíamos que Neemias emergiu precisamente no momento histórico que Deus determinara para reconstruir a muralha e restaurar Jerusalém.
E quanto a José? Sua memorável jornada do poço ao trono foi na realidade a história de uma incumbência extraordinária que Deus tinha planejado para salvar seu povo e o povo do Egito. O livro de Gênesis nos conta que os irmãos de José o venderam como escravo, mas o salmista nos dá a perspectiva celestial quando diz que Deus: “Enviou adiante deles um varão; José foi vendido como escravo.” (Salmos 105:17) e usado para preservar a vida de seus irmãos. Pode parecer apenas um belo jogo de palavras, mas Deus molda a sua história pessoal para cumprir Sua História (em inglês: “your history to fulfill His Story”). Isto na medida em que você vive sua incumbência. José, o irmão rejeitado se torna o governante que perdoa e salva seus irmãos. Soa semelhante à história de Jesus,não é mesmo?
Da mesma forma, a história de Ester não trata de uma excepcional mulher hebraica; é a história da providência divina. Assim como Deus formulou a história dos judeus para prover um José, ele colocou uma hebréia numa posição com poder de influência capaz de mover um rei em favor de seu povo perseguido. Seu tio Mardoqueu viu claramente o dedo da providência naquilo e disse: “e quem sabe se não foi para tal tempo como este que chegaste ao reino?” (Ester 4:14). Na realidade Ester como José fora promovida a uma posição de poder naquele momento preciso da história para poder salvar uma nação. Do mesmo modo, lugares de poder secular e influência vêm sendo oferecidos ao povo de Deus hoje enquanto seus cidadãos lutam pelo avanço do Seu Reino.
Um grande destino está veiculado a uma grande incumbência. Nós temos observado como Deus se move nos tempos e estações específicos através da história. A maioria das vezes não é o homem que faz o instante histórico, mas o instante da história que faz o homem. Isto é certamente a verdade acerca de cada um dos casos enumerados anteriormente neste capítulo. O que dizer então do nosso presente, do momento atual? Nós estamos vivendo um período no qual haverá mais incumbências chave sendo distribuídas mais aceleradamente, dentro das circunstancias espirituais e naturais em ação, do que em qualquer outra época. Nos nossos dias em que a igreja cristã cruza a barreira dos 2000 anos de existência e entra no seu terceiro milênio, ou terceiro dia de sua própria história, o tempo está maduro para os heróis da fé receberem instruções frescas e novas incumbências.
O que você gostaria de qualificar como um vaso para uso nobre? Já que 90% do corpo de Cristo não é chamado para o papel de pastor ou professor num ministério a tempo integral, logicamente se espera que pelo menos 90% dessas incumbências estejam inseridas no mercado. Certamente Abraão, Isaac, Jacó. José, Daniel,Davi e Neemias dariam testemunho de como seu ministério principal foi vivido dentro de suas carreiras na arena secular. Eles foram fazendeiros de gado, agricultores, governantes políticos. E isto não os impediu de serem líderes no Reino dos Céus.
Deus não faz acepção de pessoas, Ele deseja usar você. Ele está distribuindo as incumbências para hoje. Você quer ser um daqueles que está preparado para a convocação? Paulo disse a Timóteo: “Se pois alguém se purificar dessas coisas, será vaso para honra, santificado e útil ao Senhor, preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 2;21). A palavra usada aqui para purificar é traduzida de cateterizar. Um cateter é usado na medicina para remoção de toxinas. Paulo no versículo acima, está dizendo para Timóteo que é dele a responsabilidade de eliminar as toxinas do egoísmo, da luxúria, e da cobiça, dentro do seu organismo podendo assim ser um vaso para honra, usado para nobres incumbências. Na medida que você purificar seu coração, trazendo uma ordem divina a sua vida, uma mudança começa a acontecer. Você se aproxima de Deus e Ele se aproxima de você. Deus está distribuindo incumbências para penetrar em todo formador de opinião em cada nação. As incumbências são distribuídas entre aqueles cujos corações têm sido preparados e cujos dons foram desenvolvidos. Elas estão sendo entregues aqueles que estão prontos a pagar o preço para lançar-se adiante e conquistar o território pelo espírito da excelência engajada numa incumbência divina.
Alguns sentem um forte impulso do destino mas lhes falta clareza quanto à natureza exata da incumbência. A boa notícia é que você está certamente no processo do destino, quer já conheça seu chamado máximo, quer não. Relembre que seu chamado vai sempre envolver um problema que precisa ser solucionado. Davi por exemplo podia sempre se consolar no meio das perseguições que sofria por saber qual era o problema que ele fora formado para resolver. Ele estava ali para substituir um rei fracassado além de proteger e ampliar as fronteiras de Israel. Mas e se você não conhece sua incumbência, ou em palavras mais claras, se você não sabe qual problema foi chamado a resolver? José teve este dilema. Sua jornada começou com um sonho, mas ele não tinha conhecimento de que problema fora chamado a solucionar. De fato, ele quase consegue abortar o plano de Deus, quando na prisão negocia com um alto oficial egípcio sua saída da prisão para regressar ao seu lar, pai e irmãos. Isso sim seria a reunião de uma família disfuncional! Se ele o tivesse conseguido, teria voltado à tenda de Jacó, dividido sua família e morrido junto com eles na fome que viria cerca de sete anos depois. Entretanto José não precisava saber de tudo que estava acontecendo, precisava apenas saber que Deus estava com ele. Uma vez que José chegou à corte do Faraó e ouviu o sonho do rei, começou a solucionar o problema que havia sido preparado, durante 15 anos, para resolver.
Bem-aventurados aqueles que sabem qual problema foram formatados para solucionar. Mais abençoado ainda aquele que mesmo não conhecendo o problema que será chamado a solucionar, de todo modo abraça completamente o processo que o está transformando e moldando naquele vaso capaz de resolvê-lo! Seja paciente e fiel com aquilo que for sua incumbência presente, sabendo que, “Quem é fiel no pouco, é fiel no muito.” (Lucas 16:10). Nós já falamos sobre o espírito excelente e o poder da incumbência divina, porém algo mais é necessário. Quando é o tempo certo, você se verá lançado e promovido a novos reinos através da força do favor.
Comentários
Postar um comentário